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Viajando grávida: dicas de sobrevivência!

Se você é apaixonada por viagens e está grávida, deve saber ou pelo menos deve imaginar alguns dos perrengues que uma futura mamãe passa. Então resolvi te dar algumas dicas para tornar a aventura mais tranquila.

Nem toda gravidez é igual, já contei isso no post Bons Ventos Me Levam – Gravidez .  Então nem todas as minhas dicas vão ser obrigatoriamente maravilhosas  ou vão cair como uma luva para você.

SOBREVIVÊNCIA BÁSICA

  1. Remédios permitidos

Todo mundo sabe, pelo menos suponho eu que saiba, que grávida não pode sair por aí tomando todo tipo de medicamento. Gravidez não é doença, mas exige cuidados, principalmente com químicos e derivados.

Então toda vez que for viajar prepara o paracetamol, tá bom? Eu por exemplo tenho crises de sinusite e dores de cabeça fortíssimas quando viajo para algum país de clima muito frio e a única coisa que minha médica me permite fazer quando as crises vem é? Chá, repouso, limpar o nariz por dentro  e paracetamol. Em quase 200% das vezes não resolve, então me acostumei  a sarar minhas “fraquezas” com coisas naturais. Chá com mel e limão, frutas com muita vitamina C – Laranja e limão por exemplo, e proteger bem os pés, pescoço e mãos.

Se você tem remédios específicos para tomar na gravidez, não custa levar a receita com você. Podem servir para comprovar que não são drogas, vai por mim que eu já vi de tudo em aeroporto, e pode servir de referência caso precise comprar o mesmo medicamento em outro país.

Medicação para enjoo então nem se fale. Essa para muitas grávidas é a melhor amiga durante meses. Esquece isso não, viu!

Malinha com medicação permitida: Check!

  1. Alimentação adequada

A alimentação na gravidez também precisa ser bem feita, tanto pela saúde da mamãe para controle do peso dela e para não acentuar ou causar anemias  por exemplo, quanto pela saúde do bebê que recebe tudo que a mamãe come.

Nas viagens internacionais as companhias aéreas costumam servir comidas e lanches. Normalmente eu como todas, repito e como de novo e pergunto se não tem mais. Se fosse hoje, ou no início da gravidez, a história não seria bem essa.

Logo no inicio da gravidez perdi 3Kg. Apesar de não vomitar, nada me caía bem e era comer algo e ficar o dia todo mal disposta.  Tive indicações para não voar dentro dos 3 primeiros meses de gravidez, então depois dessa fase meus enjoos diminuíram.

Ou seja, quando eu mais enjoei eu não podia viajar. Mas muitas gravidinhas rejeitam comida os 9 meses e cada gravidez é de uma maneira.

Se puder, informe a empresa aérea sobre suas restrições alimentares. Companhias como a TAP te dão várias opções  sem cobrar extra. Se quiser algo muito específico, paciência, vai ter que pagar. Mas já vi opções do Vegan ao sem glúten e lactose.

Para viagens de curto tempo, não vejo muita necessidade de fazer marmitão. Até 4 horas de viagem eu aguento bem sem precisar atacar um pratão. Então leve uma bolacha (biscoito hehe) na bolsa, uma barrinha de cereal ou outra coisa que te ajude a aguentar as pontas até o desembarque.  Água não passa!

Nos aeroportos, as embalagens de até 100ml de líquido são permitidas na bagagem de mão. Então guarde umas moedas para comprar água depois da verificação de bagagem. Grávida e água andam juntinhas, “in Love”.

  1. Reclame prioridade

Há pouco  tempo passei por uma situação inacreditável voltando de Londres pela empresa Low Cost Ryanair. Na ida de Portugal pra Londres foi me dada prioridade de embarque e correu tudo bem. Não precisei nem mesmo me manifestar muito. Na volta de Londres para Portugal, fui para a fila de prioridade e a atendente de balcão me perguntou se eu tinha pagado a prioridade, e eu disse claro que não. Então ela respondeu: Fila normal. E eu disse quase que explodindo: mas estou grávida! Resposta final dela: “ Quer prioridade? Paga”.

Fiquei tão raivosa que quase fui presa. Nunca deixe uma grávida raivosa!

Fiz a reclamação no Facebook da Ryanair e não tive nenhuma resposta. NADINHA DE NADA! E como não ando aqui com tempo na vida para levar a reclamação a fundo ( O que deveria acontecer eu sei!) eu larguei para lá.

Mas sempre que viajar certifique que tem prioridade e não arrede o pé, se possível.

Infelizmente, você vai encontrar pessoas que dizem: “prioridade para quê? Não está doente, senta e espera como todo mundo.”  Um rapaz disse isso para mim e só me apetecia dar uns estalos e sair andando e dizer: grávida com excesso de hormônios.

Mas a gente é civilizada, tenta ser pelo menos educadinho e ignora que faz bem para a pele.

Mas prioridade é coisa séria. Ninguém sabe se sua gravidez é de risco, se você está sentido dores, se está cansada. Ninguém vai se responsabilizar caso algo aconteça com você ou com o bebê. Então não tenha vergonha de pedir prioridade.

Eu estico os braços, aponto para a barriga e sigo a minha vida em todos os lugares aonde vou. Transportes públicos, centros comerciais e onde sei que posso.

Normalmente há placas que sinalizam sua prioridade, não tem vergonha de pedir. POR FAVOR, NÃO TENHA! Inclusive pesquisa antes de viajar sobre prioridades, deveres e direitos de um grávida no seu destino de viagem.

Você um dia deixará de ter prioridade, mas entenderá a necessidade de quem a tem e isso vale muito.

  1. Rota de fuga e do banheiro

Gravidez é lindo? É. Mas a sociedade romantiza muito essa fase. Para a maioria das mulheres é uma fase de adaptação, auto-conhecimento, mudanças radicias no corpo e na mente.

Como tive uma gravidez de risco no início, precisei me cuidar muito e uma das coisas que mais me deixava maluca eram espaços fechados e abafados. Aliás, nunca fui muito fã mesmo!

Sou bicho do mato, meu negócio é ar verde e passarinhos. Então todas as vezes em que estava em um lugar muito fechado ficava preocupada com levar empurrões, cotoveladas e esbarrões.

Minha dica é? Vai em algum lugar fechado ou mais cheio, mapeie mentalmente todas as saídas e fique perto delas se possível.

O mesmo vale para banheiros. Eu novamente não tive aquela fase desesperadora de ir ao banheiro toda hora. Mas conheço grávidas que têm um caso de amor!

Então quando chegar em algum lugar, procure logo o banheiro mais próximo e se tiver um mapa da atração, do museu ou do espaço onde você está, veja a segunda opção de fuga para uma sanita.

Bons Ventos me Levam - Viajando grávida

 NÃO DÁ PARA ESQUECER

  • Posso viajar de avião?

A recomendação que recebi da minha médica foi: Não viaje antes dos 3 meses ( 12 semanas) e não recomendo que viaje a partir das 32 semanas ( 8 meses).

A partir das 28 semanas até as 36 podemos viajar segundo a maioria das empresas áreas, mas algumas exigem um atestado médico da sua médica, afirmando que você está em condições e que não apresenta nenhum risco.

No balcão de check-in da Ryanair, me perguntaram de quantas semanas eu estava e confirmaram que a partir das 28 eu precisaria de um atestado caso quisesse viajar.  Então fica aí a dica!

Agora aqui entre nós, é tudo uma questão de bom senso. Leve em conta de quanto tempo você vai estar na data de retorno, o espaço do avião e o conforto disponível e suas condições.  Não queremos aqui abortos espontâneos ou partos pré-maturos, ok?

  • Seguro médico

Na maioria das viagens internacionais para fora do Brasil é exigido um seguro de saúde viagem. Para Portugal eu garanto que pedem. Podem te pedir ou não na imigração os papéis. Mas que precisa, precisa!

Algumas empresas são especializadas em seguros de viagem ( Temos uma indicação de seguro para te dar bem aqui) e vale a pena questionar a empresa sobre a cobertura do contrato. Não se esqueça de confirmar as especialidades básicas que você precisa como ginecologia-obstetrícia, quais hospitais e clínicas são cobertos  nas cidades aonde você vai passar, se há carência para partos e quais as condições caso algo aconteça e seja necessário realizar um parto antes do tempo esperado.

Pesquise também sobre o atendimento na rede pública através do seguro que você contratou.

Leve com você todos os papeis e apólices possíveis e tenha em mente e anotado locais aonde ir.

  • Roteiro de viagem seguro

Não venha me dizer que dá para fazer tudo de um roteiro de viagem como se não estivesse grávida. Eu duvido muito que consiga e que possa fazer de tudo mas acredito  se me disser que sim.

Vou te dar exemplos, quando fui a Disney Paris fui em brinquedos que não poderia ir grávida, a primeira vez que fui a Londres meu ritmo de viagem foi um, da segunda vez grávida foi outro completamente diferente.

Cada gravidez é única, é verdade. Mas normalmente o cansaço, o sono, enjoos e derivados afetam muito.

Então minha recomendação é: Faça um roteiro de viagem mais tranquilo e no seu ritmo. Não se preocupe com as pessoas ao seu redor, ou com a possibilidade de nunca mais voltar ali e deixar o desespero por conhecer tudo tomar conta.

A gente NUNCA conhece tudo, nem mesmo morando ali. Então desencana de achar que não vai aproveitar, faça seu roteiro pensando na saúde e segurança de vocês dois. Com o resto você se preocupa depois…

  • Roupas, sapatos e acessórios

Sua viagem pode ser de carro, de avião, de trem o que for,  muitas horas parada na mesma posição pode te causar cãibra e inchaços. O que para algumas grávidas já é normal no último trimestre de gravidez.

Então tome o cuidado de se movimentar dentro do avião e do trem, andar um pouco, se for de carro, parar de hora em hora se possível e escolher bem o modelito de viagem.

Modelito de viagem?  Conforto.

Eu tenho tido muita dificuldade de me vestir na gravidez. Primeiro porque não quero gastar muito com roupas que não vou usar depois, segundo que tenho dificuldade em encontrar roupas que realmente me deixam confortável.

Para viajar recomendo sapatos largos e confortáveis, esqueça os saltos. Em uma situação de emergência ou que você precise andar muito, pode ser um desastre.

Calças de tecido leve que te deixem confortável e a vontade para fazer xixi. Nunca vou me esquecer de uma vez que sai de macacão-short grávida. Ah que tristeza para ir ao banheiro e para movimentar.  Pense na praticidade.

E acessórios? Ah eu evitaria. Muito peso, muita coisa para pegar, colocar, tirar. Opto logo pelo básico e clássico que me incomoda menos e me deixa mais confortável para viajar. Colar então? Eu simplesmente evito, porque me sinto tão presa feito um cachorro na coleira.

Mas lembre-se, cada pessoa é de um jeito. O que vale é o seu conforto e o bom senso e se sentir bem seja aonde for.

Tem mais dicas? Deixei escapar algo? Conta para a gente. Um super beijo paras as mamães e futuras mamães.

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